
A pintura a óleo, de Juan Pantoja de la Cruz, emprestada junto com outras obras do Paço Real, como a armadura do imperador, está a caminho da Espanha.
A Espanha aguarda a chegada de oito peças do Arsenal do Palácio Real e uma pintura do Museu do Prado, o retrato do Imperador Carlos V, de Juan Pantoja (cerca de 1533-1608), emprestado para uma exposição em Moscou e que foram reclamados após a invasão russa da Ucrânia.
As obras saíram para a exposição ‘El duelo. Del juicio por combate a un crimen noble’, cuja abertura estava marcada para 3 de março nos Museus do Kremlin, na capital russa, mas que foi cancelada devido à guerra, iniciada em 24 de fevereiro.
As obras devem chegar a Madrid na tarde de 19 de março. Aliás, está prevista a exposição das mesmas na reabertura do Palácio Real em 24 de março, no andar do Arsenal, que fechou devido à pandemia de Covid-19, indicaram fontes do Patrimônio Histórico da Espanha.


Ambas as instituições se juntaram a outras instituições internacionais, como o Arsenal Real Inglês, o Museu do Louvre e a Biblioteca Nacional Francesa, que se coordenaram para reivindicar a devolução de obras enviadas a Rússia.
No caso das peças emprestadas pelo Patrimônio Histórico da Espanha, destaca-se uma armadura de Carlos V, de 1544, que é retratada na pintura de Juan Pantoja; uma sela do imperador, uma “armadura de cão”, feita por um armeiro para um dos cães favoritos do monarca, outra armadura infantil de Felipe III, uma espada e uma pistola.
O retrato de Carlos V, de 1605, a única peça do Museu do Prado que estava em território russo, foi encomendado ao pintor de Valladolid Juan Pantoja por Felipe III, neto de Carlos V, após o Palácio do Pardo ter sido incendiado em 13 de março de 1604. O incidente destruiu a galeria de retratos de monarcas espanhóis que grandes artistas haviam pintado.
O Ministro da Cultura e Esportes, Miquel Iceta, justificou em 15 de março durante uma entrevista à Televisão Espanhola, a decisão de reclamar as obras e objetos do Kremlin como uma forma do governo espanhol manifestar o seu repúdio à guerra contra a Ucrânia. Iceta também abriu as portas da Espanha para artistas russos que rejeitam publicamente o conflito.
Com informações de El País